Drowned World Tour - Por André R. Costa


Madonna – Tours
The Drowned World Tour


Agosto chega ao fim, e com ele as férias de Verão. Espero sinceramente que tenham tido boas férias e algum tempo para recarregar baterias. Setembro entra em cena, e com ele novidades Madonescas: o fim da SSTour, o lançamento dos vídeos Celebration, e consequentemente os lançamentos da compilação CD e DVD Celebration que comemora os mais de 25 anos de carreira da Rainha.

Findo o S&S Tour, o segundo maior Tour jamais feito por um artista, é tempo de falarmos de outra tournée: a Drowned World Tour de 2001.

Tendo-se retirado dos palcos há 8 anos desde o seu Girlie Show, Madonna regressa agora para uma nova série de espectáculos, entusiasmando todos os seus fãs pelo mundo inteiro.
Necessário dizer, que este período de 8 anos sem Tours, foi no entanto bem preenchido por álbuns e viragens musicais como Ray of Light ou Music, passando pelo estrondoso Evita, e pela maternidade, Madonna surge nova, mudada, ligada à Kabala e mais calma.


A Drowned World Tour
, é diferente de todas as tournés. Aqui, Madonna apresenta um espectáculo mais calmo, misterioso, pouco ousado, e pouco alegre; reflectindo até parte da concepção musical de Ray of Light, muito mais light. É assim, que o Drowned World Tour para muitos não fica na história já que 8 anos depois, e decepcionando alguns fãs Madonna apresenta então um espectáculo pouco ousado, pouco alegre e sem nenhuma provocação.
Apesar de tudo, o Drowned World Tour tem momentos excelentes, com concepção cénica impressionante.

Datas:
A Drowned World Tour, quinta tour de Madonna, inicia-se assim a 9 de Junho de 2001 em Barcelona, após três meses de ensaios; e tem o seu remate final a 15 de Setembro em Los Angeles.
Apesar de Drowned Tour ser supostamente uma World tour, esta só irá abranger dois continentes: Europa e a América do Norte com os EUA. Passando assim por “apenas” seis países (Espanha, Itália, França, UK, Alemanha, e EUA) num total de 47 espectáculos.
Apesar da tour parecer pequena, esta foi até então a que teve mais datas.

Setlist/Show

Como dito anteriormente, a maior parte do concerto é baseado nos álbuns Ray of Light e Music, mas como será de esperar, Madonna recupera alguns êxitos antigos como La Isla Bonita, Holiday, ou Human Nature. Em termos de arranjos musicais, M não nos apresenta nada de muito surpreendente, infelizmente a maior parte das músicas são iguais ou parecidas às versões álbuns, e outros são meros instrumentais dos originais. São poucas as musicas alvo de grandes adaptações.

O espectáculo está divido em 5 partes: Neo-Punk, Geisha / Animé, Country / Western, Latin -Gypsy e Urban / Pimp; cada parte tem o seu estilo de roupa, e sua interpretação cénica.

O Show começa bem calmo, Madonna aparecendo no meio de fumo, no alto de um patamar, cantando ” Drowned World/Substitute for Love”, vestindo um kit e calças. Desta primeira parte destacam-se “Impressive Instant”, onde Madonna e os seus bailarinos apresentam um mundo louco, tendo canhões projectando fumos, máscaras de gás; um estilo bem punk. A primeira parte acaba com “Ray of Light” versão álbum.

A parte mais atractiva visual,e musicalmente falando, segue logo de seguida: Madonna envolve toda a sala num ambiente nipónico ; apoiando-se na personificação da Gueisha, e nos bem conhecidos animes japoneses. É assim que o vídeo interlude “Paradise (not for me) cai, e com ele, aparecem bailarinos pendurados pelos pés por cordas, simulando seres inanimados que ganham pouco a pouco vida; segue-se “Frozen”, Madonna aparece vestida com um quimono, e tem uma peruca preta (como no vídeo Paradise) lançando um “Frozen” bem influenciado pela cultura japonesa, misturando a meio da canção uma sessão de karaté com os bailarinos. Nesta parte merece destaque a prestação em “Sky Fits Heaven”, onde Madonna se transforma em ninja, e tenta combater os “maus” presentes em palco. M acaba esta música, transformando-a em “Mer Girl”. De seguida, aparece um vídeo violento e sexualmente explícito de “What It Feels Like For a Girl” inspirado no anime.

Chega a terceira parte: Western. Madonna aparece vestida de cow-girl, como no vídeo “Don’t Tell Me”. Pela primeira vez aparece tocando guitarra. Desta parte merecem algum relevo “Don’t Tell Me” e os seus passos de dança, “Human Nature” sempre muito sexy e a bonita “Gone”, que irá ser substituída n’algumas datas americana por “You’ll See”.

A quarta parte: latina. Aparecem bailarinos dançando sobre o interlude instrumental “Dont Cry For Me Argentina”. Madonna aparece vestida como uma verdadeira mulher latina, assim como os seus bailarinos. Desta parte merece destaque “La Isla Bonita” acústica. Infelizmente, Madonna reinterpreta nesta parta a versão espanhola da já cantada “What it Feels Like for a Girl”, escolha no meu ver pouco acertada e sem grande lógica.

A última parte, mais festiva, aparece com Madonna vestindo uma T-shirt preta que vai mudando ao longo das datas, com diversas frases ou palavras: uma vez, Killie Minogue, Rocco, ou até o célebre, Mother Fuckers. Aqui, Holiday e Music são interpretadas, acabando o show numa chuva de confetis, flashes, e vídeos. Madonna regressa ao cimo do patamar por onde tinha entrado. A parte superior do palco começa a descer e “THE END” aparece nas dezenas de pequenos e grandes ecrãs que são suportados por esta estrutura.


Bloco Punk

1. Drowned World / Substitute for Love
2. Impressive Instant
3. Candy Perfume Girl
4. Beautiful Stranger
5. Ray of Light
Bloco Gueisha / Anime
6. Interlude: Paradise (not for me)
7. Frozen
8. Open Your Heart (introdução a Nobody’s Perfect)
9. Nobody's Perfect
10. Medley - Mer Girl/Sky Fits Heaven
11. Interlude: What It Feels Like for a Girl (remix)
Bloco Country / Far-West
12. I Deserve It
13. Don't Tell Me
14. Human Nature
15. The Funny Song (retirada após os ataques de 11/09)
16. Secret
17. Gone (por vezes substituída por You’ll See)
Bloco Latino / Cigano
18. Interlude Don't Cry for Me Argentina (instrumental)
19. Lo que Siente la Mujer
20. La Isla Bonita
Bloco Urbano
21. Holiday
22. Music


Vestuário

Ao contrário de outros tours, e contrariando a sua fama de não gostar de estar muito vestida em palco, Madonna apresenta um estilo de roupa bem tradicional; na maior parte das vezes calças de ganga, ou calças tradicionais, sem nenhuma peça extravagante. Só mesmo a parte gueisha sai do “normal”, com o seu quimono.

Curiosidades/Polémicas
O show não teve grandes polémicas. Como já perceberam a própria setlist do espectáculo era propícia a isso. A Madonna sexual, politicamente incorrecta não aparece no Drowned World Tour.
Alguns concertos foram cancelados, como o de estreia, previsto em Colónia (Alemanha), este cancelado por motivos técnicos.
Agendado para 11 de Setembro, M teve de cancelar o concerto de Los Angeles. Os lucros dos concertos de L.A. foram todos para as associações de apoio às vítimas dos atentados.
Durante a sua performance de dia 15 de Agosto, Guy Ritchie aparece no palco cantando “Parabéns” a Madonna assim como toda a trupe.
Madonna com esta tour consegue arrecadar cerca de 76.000.000$


Suporte Vídeo

O concerto foi gravado para suporte DVD, estando ainda à venda em muitas superfícies comerciais; não tendo havido nenhum suporte aúdio CD do show. A compilação GVH2 foi lançada ao mesmo tempo para ajudar a promover o DVD.


Fica como já se aperceberam uma tour muito pousada, bem longe das polémicas, do sexo, da animação dos concertos de Madonna.

A próxima colunna fica reservada para a primeira tourné de M a visitar Portugal, a fantástica Re-Invention Tour totalmente diferente desta.
Até là, bom regresso ao trabalho, e boas compras. Celebration aguarda-nos!
Abraços!