Como me tornei fã de M - por André R. Costa



Como prometido aqui vai uma colunna um pouco mais pessoal que se debruça essencialmente no “como” fiquei fã de Madonna. Não há nenhum guia de utilização, nem nenhum livro que nos ensine a ser fãs de Madonna, ou pelo menos que nos explique o porquê de o ser.
A verdade é que a minha admiração por M cresceu intuitivamente, naturalmente, sem que eu próprio me apercebesse de que , pouco a pouco estava autenticamente seduzido pela artista que M é.
Desde pequeno que ouvia certas músicas de Madonna em casa, ainda nos velhos vinis, como “La Isla Bonita”, ou “Like a Prayer”, curioso, não me lembro de ter ouvido a mítica “Like a Virgin” là em casa… Conservadorismo? Não sei.
Já nos anos 90, lembro-me perfeitamente de ter ficado muito angustiado com o videoclip de “Frozen” que admirava e adorava ver, por todo o ambiente que este representava, e sobretudo por todo o mistério que representava para mim. Na escola, os meus colegas cantavam os versos de “Music” que todos achavam “altamente” e muito moderno! Entretanto o filme Evita continua là em casa em suporte VHS – e claro a mítica “Dont Cry For Me Argentina”, foi música presente em muitas tardes de domingo.
O verdadeiro salto aconteceu quando M veio a Portugal em 2003. Sinceramente nunca liguei muito a Madonna ou à sua vida, sabia somente que tinha uma grande apetência pela provocação e para o escândalo. Contudo, todo o frenesim em torno da vinda de Sua Majestade a terras lusas deixou-me curioso. A gota no copo de água foi mesmo a filmagem da entrada de “Vogue” nos telejornais que me deixou literalmente de boca aberta. Como é que uma senhora já com aquela idade conseguia fazer aquilo? Muito intrigado, fui pesquisar umas coisas pela net. Fui conhecendo um pouco da sua história, e descobrindo músicas que conhecia, mas que não sabia de todo que eram da sua autoria!
O verdadeio “boum” se assim lhe posso chamar, foi com o lançamento do Confessions on a Dance Floor, e do seu mítico Hung Up. Fiquei fascinado pela música, na escola não se ouvia outra coisa, e não se falava de outra coisa. A presença mais tarde de Madonna nos MTV Awards em Lisboa contribuiu ainda de forma mais significativa para o crescimento do interesse na estrela. Todos em casa tínhamos ficado espantados com a entrada em palco de Hung Up em Lisboa. Decidi comprar o CD, e claro: fiquei viciado. Não ouvia mais nada o dia todo, tanto que contribui para contagiar os meus colegas todos. “Sorry” não veio ajudar em nada a tentativa detrocarr as músicas do telemóvel! 
Posto isto, decidi pesquisar mais. Ler mais. Descobri certos sites de fãs. Li a sua biografia. Vi entrevistas. Li entrevistas. Fiquei fascinado com a sua história, com a sua garra, com o seu talento, com a sua “fuck you atitude”, com todo o seu trabalho, com o seu génio. Era oficialmente fã da pessoa. Pouco depois, a Confessions Tour lançada, decidi comprar o DVD da Tour. Numa tarde de domingo, eu e a minha mãe decidimos vê-la. Acabamos de olhos esbugalhados. UAU! Isto sim é um espectáculo dizia a minha mãe! Ainda me lembro hoje de como fiquei chocado pela espectacuralidade do show, das músicas, dos arranjos, da cenografia, da cruz, da bola de cristal, da versão de Erotica, da Isla Bonita, e do final triunfante de Hung Up. Mais, fiquei subjugado ainda mais à energia, à presença em palco, ao profissionalismo de Madonna para com os seus fãs. Aqui fiquei fã para sempre da Madonna cantora e artista. A partir desse dia decidi descobrir tudo. Ouvir todos os seus albúns, todos os concertos, todas as prestações live, tudo o que fosse ligado a Madonna.
Mais tarde, a Madonna “humana” fez-me sentir ainda mais orgulhoso de ser fã dela. De ter essa oportunidade – a de gostar e de admirar uma pessoa polivalente, humana e profissional como ela. Descobri a sua causa pelo Malawi, a sua causa pela SIDA nos anos 90, a sua causa pelas minorias, etc. Nem todos temos a oportunidade de sermos fãs dela, certo. Mas uma coisa é certa: ninguém lhe é indiferente.
Desde esse ano (2006) comecei a devorar tudo o que era Madonna. Descobri ainda mais sites de fãs, e o aparecimento e reforço do youtube permitiu-me descobrir muitos arquivos de M. O próprio documentário “I’m going to tell you a Secret” fascinou-me, assim como recentemente o documentário sobre o Malawi que me sensibilizou, e me mostrou mais uma vez uma boa razão para gostar de Sua Majestade.
Em 2008, concretizei um sonho. Vê-la ao vivo. As emoções foram tantas em tão pouco tempo, que tenho falhas de memória, não me lembrando de certas partes de concerto. Mas de uma coisa não me esqueci: o facto de ter sido um dos dias mais maravilhosos da minha (ainda curta) existência, de ter tido a oportunidade de cantar com 75000 pessoas as músicas de sempre, e sobretudo ter estado là a e ter a oportunidade de ver um mito vivo, um verdadeiro exemplo de vida…

Por isso tudo, tenho orgulho em ser fã de Madonna, uma pessoa que mudou o mundo e que o tenta melhorar com a sua influência.

E nunca se esqueçam:
Express Yoursel, Don’t Repress Yourself.

Até breve, e boa Páscoa!